domingo, 12 de junho de 2011

Agora nada!

Eu sabia que seria intenso me entregar
Eu sabia que seria intenso
Eu sabia que seria
Eu sabia
Eu queria ser amada profundamente
Eu queria ser amada
Eu queria
Eu apenas vivia com os sentimentos a flor da pele
Eu apenas vivia com os sentimentos
Eu apenas vivia
Eu morria de vontade de amar de novo
Eu morria de vontade de amar
Eu morria de vontade
Eu morria
Eu sonho em algum momento renascer
Eu sonho em algum momento
Eu sonho com alguém
Eu sonho
Nada agora parece ter sentido pra mim, tudo está vazio
Nada agora parece ter sentido pra mim, tudo está
Nada agora parece ter sentido pra mim
Nada agora parece ter sentido
Nada agora parece ser
Nada agora
Nada agora
Nada
Não se afogue...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Urbanita



Urbanita caminhava pela cidade procurando flores, poesia e alma
Mas somente encontrava coração duro, heresia e ausência de calma
Urbanita queria viver integrada à natureza
Mas se surpreendia com tamanha destruição e avareza
Urbanita desejava um pouco mais de vida
Mas o que via era a imitação de uma estátua viva
Urbanita adorava correr com os lobos
Mas por infortúnio acabava se deparando apenas com tolos
Urbanita não quer mais ser habitante da cidade selvagem
E almeja ser na floresta a mistura daquela paisagem
Urbanita se perde às vezes em desventuras
Mas certamente tem sabedoria para usufruir de suas melhores aventuras
Urbanita não quer mais receber apenas migalha
Porque sabe que merece o amor pleno ou o sentimento que o valha
Urbanita desperta!
É só deixar a porta aberta...

Um dia...

Um dia dei risadas até a bochecha doer 
No outro os olhos cerraram de tanto sofrer
Um dia não encontrei palavras para expressar a dor
No outro meu corpo manifestou a falta de amor
Um dia acordei e as minhas células haviam se degenerado
No outro dormi e os cabelos já tinham crescido de novo desgrenhados
Um dia me revoltei imensamente por não ter um filho
No outro lutei vorazmente por sua vida que esteve por um fio
Um dia acordei e visitei meu pai
No outro adormeci chorando seu luto pela vida que se esvai
Um dia fui a filha do meio
No outro senti saudades do irmão que se foi e anestesiei a dor que veio
Um dia amei alguém desmedidamente
No outro chorei a sua falta de entrega compulsivamente
Um dia agradeci por todo o amor que sinto
No outro lamentei profundamente por ele não ser correspondido
Um dia o sol estava a brilhar
No outro a noite não tinha luar
Um dia acordei triste com o fim
No outro brindei alegre ao novo início
Um dia fui tão feliz que o brilho dos meus olhos
Acendia lâmpadas e pedia bis
Em outro minha fênix incendiada ao chão
Desfalecia em meu corpo ardendo em febre de tanta solidão
Um dia sentia a vida pulsar intensamente
No outro, ensandecida, a memória se foi lentamente
Um dia abri os olhos e lá ainda estava a minha vida
No outro os fechei e não mais abri, era chegada a hora da despedida
É por isso que sempre digo: a vida é tão hoje e tão curta
Curta tão somente hoje o que amanhã já se encurta
Hoje é o eterno, amanhã talvez seja só saudade
Desperte-se antes de adormecer, aproveite antes de acordar
Um dia sonhamos com uma vida
No outro a vida é um sonho